O que ainda podemos fazer juntos produzir encruzilhadas
Curadoria: Eliana Monteiro e José Fernando Peixoto de Azevedo
Partindo da noção de encruzilhada, forjada pela professora Doutora Leda Maria Martins, da Universidade Federal de Minas Gerais, para além de suas determinações culturais, supondo a possibilidade de entrecruzamentos sociais e existenciais, as ações formativas do FIT 2019 interrogam sobre outras formas de vínculo e aliança: o que ainda podemos fazer juntos, nós que escolhemos estar aqui, agora – juntos? É pela via dessas encruzilhadas que também são tecidas identidades, num processo móvel. Não a fixidez de uma ideia eurocentrada de outro, mas aquilo que se faz corpo, que resiste e, portanto, se faz sujeito. Tecido e textura, falas e gestos que, no processo dinâmico de interação, transformam-se e reatualizam-se continuamente, em novos e diferenciados rituais de linguagem e de expressão, coreografando a singularidade e as alteridades. Para ir na direção em que conceitua o professor doutor André Lepecki, da Universidade de Nova York, coreopolitizando as práticas nas quais emergimos, ressurgimos, insurgimos, existimos. Como quem arma contradispositivos, os encontros aqui propostos, na contramão das políticas que definem as práticas de controle e supressão em nossa sociedade, pressupõem a arte ainda como um momento de desmortificação dos corpos. Temos, então, o encontro, os encontros. Se o lugar define uma perspectiva, uma fala, interessa-nos interrogar sobre as relações que produzem esses lugares.